domingo, julho 11, 2004

Enfrente e verso

Enfrente e verso

Dormi, acordei
Comi, vomitei
Andei amarelo
Vermelho de cansado
Verde de inveja
De quem anda apaixonado
Sento-me numa cadeira
Com uma mesa quadrada á beira
Leio as folhas rectangulares do jornal
Enquanto um cilíndrico cigarro queima-se mal
Os olhos abrem-se na vertical
Vendo numa linha horizontal
Ficando obtuso com mais de 90º
Ao ver um raio de luz
Oferecer-me a beleza mais original
Destacando-se da ora prima
Sendo quente, fria ou natural
Como o amor a água mata a sede
Naqueles dias de sol quente
Quando as nuvens fazem frente
Há sempre quem atente
Levar-nos para a via láctea
Onde os sentimentos vivem nas caudas dos cometas
Apanhar o próximo astro
Para deixar-me nos lábios da estrela mais perfeita
Podendo ser uma supernova
Expelindo-me num fogo de luz
Para a poeira do universo
Caindo num buraco negro
Onde apenas converso
Com a terra que permite o disperso

Novamente
Dormi, acordei
Azul eu sei
Seguro me sinto
Verde a esperança que admito
Quando amarelo é preciso ter cuidado
Porque o vermelho muda de cor
Nas suas chamas ardemos
No seu sangue consumi-mos o amor

Sem comentários:

Seguem as palavras...

free hit counter